quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sobre liberdade e charangos

Esses dias, eu estava passando pela Avenida Paulista em um desses Transportes Públicos Metropolitanos, ou, TPM. Para variar, estava ouvindo minha costumeira música, refletindo sobre a vida e estava sentado ao lado da janela, pois gosto de admirar as mulheres pessoas na rua.

Assim como qualquer ônibus, o meu começou a diminuir sua velocidade para parar em um ponto. Avistei um homem, meio sujo, como um mendigo, só que ele carregava um instrumento musical que eu não conhecia, parecido com um cavaquinho.



Já ouviu falar do Charango? | Fonte: Enciclopedia


Depois de um tempo tentando entender aquele instrumento, percebi que o cara ia entrar no meu ônibus. Ele se apresentou a todos os passageiros, disse que era venezuelano e que viajava o mundo cantando e tocando pelas ruas das grandes cidades. Imagino a minha cara na hora.

O homem terminou sua apresentação e então começou a tocar e cantar, o que por sinal, fazia muito bem. Depois de “Guantanamera” e algumas outras músicas que não soube identificar, me peguei com um sorriso besta na cara e sem mais fone de ouvido. O viajante terminou suas canções, recolheu seus trocados e seguiu seu caminho.

Na boa, como eu quis ser rico naquela hora e poder dar 20 reais pro cara sem que isso afetasse meu dia-a-dia, mas não tinha nem um centavo. Ser pobre é foda.



Eu, rico. | Fonte: Opancada


Esse episódio me fez rever toda minha vida, tá certo que já vinha pensando sobre ela há algum tempo, mas aquilo foi o que faltava pra realmente me fazer cogitar mudanças. Pois, por natureza, o ser humano é livre. Só é condicionado pela sociedade a assumir diversas identidades durante a vida. Então pensei, será que é a vida que quero pra mim? Será que fiz a escolha certa? O espaço entre pensar essas coisas e fazer, é gigantesco. Mas, temos que partir de algum ponto e se a gente quiser, a gente consegue. Só precisamos reivindicar o que já é nosso; a Liberdade.

PS: Sério mesmo, o Brasil deveria encorajar mais a arte. Sei que não é tema principal do artigo, mas se tivéssemos mais incentivo, tenho certeza que viveríamos num país muito mais artístico e consequentemente belo.

4 comentários:

  1. Não digo que vou ser = esse cara... mas ele manda bem.
    repensar a vida é bom para rever suas prioridades e bater de frente com a realidade!
    continue assim

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  2. E eu não sabia que conhecia um escritor...Quando publicar o primeiro livro, estarei na fila de autógrafos, me aguarde! Adorei o texto, parabéns! Bjs

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  3. hahahaha Adorei o pobre com o dinheiro na mão!!
    Enquanto eu lia me peguei com um sorriso... hehe
    Não para não!!!

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  4. Mudanças são muito boas. Nos fazem crescer e amadurecer como pessoas. Expandir, descobrir novos horizontes, cometer diferentes acertos e diferentes erros também.
    Se nunca arriscarmos nunca saberemos como poderia ter sido. É preciso, às vezes, um pouco de risco e menos razão.
    A arte deveria ser muit mais valorizada aqui no brasil, mas eu não perco minhas esperanças. A passos mais lentos que os de tartaruga, mas alguma coisinha já vem melhorado dos últimos anos. Apesar de ainda ter que melhorar uns 500% ainda pra ficar bão.
    Agora, mesmo não sendo apoiada, tem muitas pessoas que sobrevivem dela. e sobrevivem feliz.
    Tenho certeza que, apesar das dificuldades, o "Guantanamera" não seria tão feliz quanto ele é se estivesse trabalhando com qualquer outra coisa que não gostasse. O brilhinho e a fé nos olhos dessas pessoas (artistas) diz muito. Ou melhor, diz tudo.
    A vida foi feita para sermos feliz! uhuu
    Já me prolonguei demais...haha
    Bjoss e parabéns pelo texto!

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